Sobre
Ana Paula Lopes FotógrafaComo começou minha história na fotografia
Sabe aquele clichê de que tudo começa com um sonho? Pois é, o meu começou com uma câmera digital Sony Cybershot e uma curiosidade que não cabia em mim. Na adolescência eu fotografava o cotidiano que todo mundo conhecia: uma árvore, uma xícara esquecida na mesa... Mas sempre de um jeito que fazia as pessoas pararem, olharem de novo e se perguntarem: "Como eu nunca vi isso assim antes?"
Mas a vida não é um conto de fadas – pelo menos, não de cara. Fiz faculdade de publicidade, uma pós em marketing e segui aquele roteiro seguro que todo mundo acha que precisa seguir. O problema? Aquela pontadinha de insatisfação não saía do meu peito. Você sabe como é, né? Aquela voz lá no fundo que sussurra: "E se a vida puder ser mais?"
Foi em 2009 que a minha história deu uma guinada digna de filme. Surgiu uma oportunidade para fotografar em um navio de passageiros na Europa. Até então, eu nunca tinha ficado longe de casa. Agora imagine: cruzar o oceano! Só de pensar, já sentia um frio na barriga. Mas fui. Com a cara, a coragem e o coração na mão.
Lá estava eu, cercada por pessoas com histórias e sotaques de todos os cantos do mundo. Conviver com tanta gente diferente me fez olhar para a vida de uma maneira nova – e, de quebra, me enxergar de forma diferente também. Antes, eu só via o mundo com a criatividade à flor da pele, mas aquele desafio me fez transformar a imaginação em técnica. Foi um processo cansativo, é verdade, mas a cada clique, eu sentia que era um passo na direção certa.
Quando voltei, sabia que algo em mim havia mudado. Na bagagem, não trouxe apenas experiência, mas uma vontade enorme de criar algo que fosse só meu. Naquela época, não havia tantos estúdios de fotografia nem tantos fotógrafos para me inspirar. Comecei fotografando conhecidos e fui ganhando meu espaço. Era só eu, minha câmera e um vontade gigante de contar histórias. E foi logo nos primeiros trabalhos que percebi: a mágica não estava nas poses perfeitas, nas roupas combinando ou nos cenários de revista. Foi ali que tudo começou a fazer sentido.
Desde então, vivi de tudo. Ajustei meu olhar, aperfeiçoei as técnicas, mas sempre segui guiada pela intuição. Esse é o trabalho que escolhi – ou melhor, que me escolheu. E é isso que faço todos os dias: coloco um pedacinho de quem sou em cada imagem que fotografo.
Hoje, fotografar não é só apertar um botão pra mim. É construir uma ponte entre o que você sente hoje e o que vai lembrar daqui a 10, 20, 30 anos. É congelar aquele instante que a gente gostaria de guardar em um potinho – e depois abrir, sempre que o coração pedir. E é exatamente por isso que estou aqui: para registrar as pessoas, suas histórias e tudo aquilo que elas valorizam e nunca querem esquecer ♥️